Educação para conservação da biodiversidade faz parte do DNA do IPÊ, que começou a oferecer cursos de curta duração nessa área em 1996, logo se tornando referência em Biologia da Conservação. Hoje, a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade oferece, além dos cursos curtos, um Mestrado Profissional e um MBA, todos focados em promover a formação e a capacitação de pessoas para atuar em prol da biodiversidade, visto o tamanho dos desafios socioambientais do Brasil.
Pessoas beneficiadas desde 1996: 7.029
Pessoas beneficiadas em 2019: 316
Mestres formados: 141
Formados no MBA: 53
Bolsas de Estudo: 302
1996
2011
2018
2006
2012
2019
1996
Criação do Centro Brasileiro de Biologia da Conservação (CBBC) para compartilhar conhecimento sobre Biologia da Conservação e experiências do IPÊ, e início dos cursos de curta duração.
2011
CBBC torna-se ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
2018
Mestrado Profissional recebe nota 4 da Capes – a nota máxima é 5. 100º Mestre é formado.
2006
Criação do Mestrado Profissional em Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
2012
Iniciam-se as turmas de MBA Gestão de Negócios Socioambientais.
2019
7.029 pessoas beneficiadas com os cursos desde 1996
Cursos presenciais: 91
Cursos on-line: 68
Total de bolsas: 2
Crédito: Arquivo IPÊ
Em 2019, a ESCAS promoveu os cursos presenciais de Viveiros e Mudas, Ecologia da Paisagem e Taxonomia de Campo, com a participação de 44 pessoas. As aulas dão uma visão bastante prática e a instrumentalização necessária para quem atua na área. Alguns cursos foram também a distância, para garantir mais acesso aos profissionais que estão fora de São Paulo.
Um dos cursos mais longevos da ESCAS, o de Viveiros e Mudas trouxe em 2019 um panorama bastante voltado ao mercado. Exemplos mostram que a atividade pode ser lucrativa principalmente em áreas onde os passivos ambientais são grandes e a procura por mudas nativas é alta. Alguns viveiros produzem 400 mil mudas por ano e estão ampliando a capacidade para atender à demanda.
Já o curso de Ecologia da Paisagem levou aos alunos ferramentas que os ajudam a lidar com conservação diante de complexas alterações do uso do solo e das paisagens. O engenheiro florestal Joachim Graf Neto afirma que, com o curso, foi possível ter um processo melhor de tomada de decisão sobre como trabalhar com espécies, a partir de mapas que mostram onde estão os fragmentos florestais, lagos, rios e matrizes de agricultura e pecuária. Assista ao depoimento de Joaquim.
A ESCAS/IPÊ vem trabalhando para ampliar as parcerias internacionais com universidades, pois isso dá oportunidade aos estudantes estrangeiros de conhecerem o modelo de atuação do IPÊ e, aos alunos da ESCAS, a chance de entrar em contato com cursos promovidos pelas organizações do exterior.
Total de alunos: 128
Universidades Parceiras: Universidade do Colorado (EUA), ELTI (Iniciativa da Universidade de Yale)
e Universidade de St. Gallen (Suíça).
Crédito: Arquivo IPÊ
Com a Universidade Colorado Boulder (EUA), realizamos pela nona vez o curso Conservation Biology and Practice in Brazil´s Atlantic Forest – Brazil Global Seminar. De 13 a 30 de maio, estudantes de graduação fizeram uma imersão no Brasil, passando pelos projetos do IPÊ e desenvolvendo seus próprios projetos.
Já com a University of St Gallen, da Suíça, realizamos a segunda edição de aulas práticas de campo na Amazônia. Embarcados no Maíra I, o barco do IPÊ, os alunos visitaram projetos no baixo Rio Negro (Amazonas). Os estudantes da área de economia e negócios vivenciaram o dia a dia da região e aplicaram seus conhecimentos em projetos reais.
Crédito: Arquivo IPÊ
Em parceria com a ELTI - Environmental Leadership and Training Initiative, uma iniciativa da Yale University’s School of Forestry and Environmental Studies, realizamos dois cursos gratuitos para 36 produtores rurais. Os cursos foram em conjunto com o projeto Semeando Água, com foco na conservação do Sistema Cantareira.
Realizado no sul de Minas Gerais para produtores rurais de Itapeva, Camanducaia e Extrema, o foco das aulas foram o treinamento em produção sustentável e restauração florestal, abordando práticas como Gerenciamento Rural e Cadeia Produtiva, Manejo de Pastagem, Agrofloresta e Restauração Florestal.
Realizamos também o curso para profissionais da área de restauração: “Monitoramento da restauração florestal para o manejo adaptativo”. Fruto de uma parceria entre ELTI, ONU Meio Ambiente Brasil e Instituto Terra, contou com seis semanas de ensino a distância e uma semana presencial na fazenda Bulcão, em Aimorés (MG). Participaram 19 profissionais de diferentes especialidades e regiões do país, incluindo governo, ONGs e empresas.
Em 2019, promovemos o apoio continuado a ex-alunos com o Programa de Liderança, da ELTI. A iniciativa dá assistência técnica e auxílio na implementação de sistemas produtivos sustentáveis para quem já passou pelos cursos. Uma das ações do programa foi um planejamento rural para ex-alunos, apoiando os produtores no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e no plano para as áreas de restauração florestal de sistemas produtivos. A atividade teve a presença de 29 proprietários rurais e extensionistas.
Ainda com parceria da ELTI, a ESCAS iniciou uma ação regional com capacitação de produtores rurais e extensionistas, em um projeto com parceria da Danone e do Centro de Pesquisa em Sistemas de Produção Agrícola Sustentável (CIPAV), da Colômbia.
A ideia é criar Unidades Demonstrativas (UD) de pequeno e médio portes em pecuária leiteira sustentável, levando para elas aprendizado prático para que vejam os benefícios reais desse modelo. Em 2019, foi iniciada a primeira unidade-piloto na Fazenda Gordura (MG). A ação segue em 2020.
Multidisciplinar, o programa do Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável permite uma rica interação entre alunos e professores. Os projetos desenvolvidos, ao final do curso, tornam-se ações que contribuem efetivamente para a sociedade e o meio ambiente: 66% dos alunos relatam que o produto final do seu mestrado foi aplicado em alguma iniciativa socioambiental.
Alunos em 2019: 58
Mestres formados em 2019: 28
Mestres formados ao todo: 141
Até 2019, 141 mestres foram formados e 40% deles obtiveram inserção profissional devido ao curso. Os Mestres da ESCAS atuam hoje em diversos setores: 31% em empresas, 21% em Organizações da Sociedade Civil, 45% em órgãos governamentais e 3% na Academia.
Em 2019, 26 artigos em periódicos foram publicados por docentes e discentes, e cerca de 40 produções técnicas foram geradas pelo programa e submetidos à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os resultados do curso fizeram com que o Mestrado Profissional da ESCAS garantisse nota 4 em avaliação da CAPES (a nota máxima é 5). A nota dá, à escola do IPÊ, o direito de iniciar uma nova etapa de sua história, que é o doutorado.
A ESCAS conta com duas turmas para o Mestrado Profissional. No sul da Bahia, com apoio da Veracel e Instituto Arapyaú, o curso oferece bolsas de estudo para profissionais da região. Em Nazaré Paulista (SP), também há possibilidades de bolsas de estudos parciais e integrais.
O olhar para a prática motiva os mestrandos no curso. Na etapa final do programa de Mestrado Profissional, os alunos trabalham com um desafio real, em que criam soluções de transformação socioambiental que são entregues ao cliente.
Em 2019, os alunos elaboraram um Plano de Manejo para a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Copaíba, em Socorro (SP). A Copaíba é uma associação ambientalista que tem como missão “conservar e restaurar a Mata Atlântica das bacias dos rios do Peixe e Camanducaia.”
O Plano de Manejo apresentado caracteriza e detalha a RPPN, sua geomorfologia e recursos hídricos, além de apontar a sua diversidade de flora e fauna, a dinâmica social do território e as principais atividades econômicas e serviços do entorno.
Em anos anteriores, outros produtos tiveram origem por meio dessa disciplina, como : Plano de gestão de resíduos sólidos para a cidade de Nazaré Paulista; Levantamento do impacto de antenas de celulares para a empresa Vivo; Pesquisa sobre a disposição dos consumidores para logística reversa para Havaianas / Alpargatas S.A.; Plano de Comunicação para o Parque Estadual Serra do Conduru (BA); Diagnóstico sobre perspectivas para o futuro de estudantes de ensino médio em Serra Grande (BA).
“O mestrado foi superimportante para minha trajetória, pois abriu minha mente para uma série de questões, incluindo a própria relação com o trabalho. Sou a segunda pessoa da cidade onde nasci, Ituberá, na Bahia, a chegar ao doutorado, que realizei na cidade do Porto, em Portugal. Isso fez com que eu quisesse motivar as pessoas da minha cidade, mostrar que é possível acessar outros lugares”.
Rogério Santos da Cunha, aluno da primeira turma do mestrado Escas, consultor e doutor pela Universidade do Porto, em Portugal
Queremos ampliar nosso impacto e, para atingir um número maior de alunos beneficiados em cursos dos diversos níveis em Sustentabilidade e Conservação da Biodiversidade, criamos um Fundo de Bolsas que pode ser apoiado por você com a doação por meio da Nota Fiscal Paulista.
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Crédito: Arquivo Pessoal
O Mestrado Profissional está também agora em Porto Seguro (BA). Após a formação de seis turmas na cidade de Uruçuca (Serra Grande), onde o curso acontece desde 2009, com parceria contínua do Instituto Arapyaú, os alunos da sétima turma, de 2019, têm aulas agora também na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, em parceria com essa empresa.
O grupo inclui consultores em biologia, gestores de Unidades de Conservação públicas e privadas, empreendedores sociais, engenheiros agrônomos e florestais atuantes em restauração e agroecologia e arquitetos. Todos eles interessados em aprender a atuar na sustentabilidade de seus territórios e na conservação da sociobiodiversidade.
O Mestrado Profissional formou 67 pessoas na Bahia. No sul baiano, a ESCAS atendeu a todos os alunos com bolsas integrais, garantindo formação de qualidade aos profissionais que hoje fazem a diferença na região.
Crédito: Arquivo Pessoal
“Ter a opção de um mestrado na Bahia foi a chance que eu precisava, porque não tinha como fazer um curso desses se não fosse aqui. Ele tem sido muito importante, especialmente para compreender como o que acontece no Brasil e globalmente impacta no regional. Sem contar o quanto aprendemos sobre resolução de conflitos e sobre como desenvolver a implementação de unidades de conservação, como as RPPNs.” Cleiuodson Lage, o Peu, engenheiro florestal da RPPN Rio do Brasil.
O MBA prepara o aluno para desenvolver soluções para os complexos desafios socioambientais no Brasil e no mundo. Com professores de ampla experiência no mercado, é estruturado no formato Blended Learning, com aulas divididas em módulos on-line e presenciais. Para o MBA, temos apoio pedagógico da Artemisia Negócios Sociais e Ceats-USP (Centro de Empreendedorismo e Administração em Terceiro Setor). Professores da USP (Universidade de São Paulo), IPÊ, FGV (Fundação Getulio Vargas), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Artemisia compõem o corpo docente.
Os principais assuntos são ilustrados em cases, que estimulam os participantes a desenvolverem soluções práticas aos desafios sociais e ambientais reais. Na grade, há visitas técnicas objetivando interação com projetos de diversas instituições que atuam nesta área. Uma delas é uma imersão na Amazônia, no barco-escola Maíra I, do IPÊ.
A quinta turma do MBA começou em outubro de 2019 e é formada por 15 alunos de diferentes formações, que buscam dar um novo rumo às suas carreiras, capacitando-se para criar negócios inovadores e que impactem positivamente a sociedade e o meio ambiente.
A bióloga Naiara Rabelo Valle é presidente do Instituto Ecos de Gaia, que trabalha com projetos socioambientais no estado do Maranhão, como monitoramento de fauna e restauração. Entre outras iniciativas, ela quer promover a recuperação de 20 nascentes no estado, em parceria com a iniciativa privada. Naiara afirma que, com o curso, sua capacidade de negociação no ambiente corporativo teve um salto positivo.
“Meu desejo, com o MBA, era conhecer o outro lado, das empresas. Hoje vejo que a gente consegue dialogar melhor com gestores e empresários, demonstrando que é possível ter um olhar para o socioambiental, gerando economia para o negócio.” Naiara Rabelo Valle, presidente do Instituto Ecos de Gaia e aluna do MBA em Gestão de Negócios Socioambientais.
Para ler sobre os destaques 2019 na íntegra, acesse o pdf do Relatório Anual completo aqui.
